Imagens de satélite confirmam que o vulcão perdeu mais de dois terços da sua altura e volume. Derrocada contribuiu para o tsunami que vitimou mais de 400 pessoas. Imagens de satélite confirmam que o vulcão Anak Krakatau​​, na Indonésia, perdeu mais de dois terços da sua altura e volume originais. Coloca-se a hipótese de que muita desta massa tenha deslizado para o mar num movimento único e contínuo a 22 de Dezembro, algo que pode ter contribuído para a formação de ondas de cinco metros que atingiram as zonas de Java e Sumatra no dia seguinte e causaram mais de 400 mortes.

As violentas erupções – e o perímetro de segurança a circundar o vulcão — não permitem análises próximas. Para já, apenas as imagens de satélite podem dar uma ideia daquilo que se está a passar com o Anak Krakatau​​. A altura do vulcão diminuiu de 340 para 110 metros, estimando-se que mais de 150 milhões de metros cúbicos de matéria tenha caído à água. A BBC refere um estudo realizado há seis anos, no qual os cientistas previram um colapso parcial do vulcão que, por sua vez, teria impacto na altura das ondas e poderia afectar as zonas costeiras, como ficou comprovado no dia 23 de Dezembro. Segundo alguns especialistas, o colapso do vulcão pode ter consequências graves, no que diz respeito à força das erupções: “A grande diferença é que, ao contrário do que acontecia antes do colapso, o magma está a ser libertado directamente para o mar, portanto as erupções são mais violentas e estão a criar a sua própria ‘tempestade vulcânica’ por causa de toda a cinza, vapor e gases vulcânicos”, afirma Erik Klemetti, especialista em vulcões da universidade norte-americana de Denison, no Estado do Ohio, citado pelo Wall Street Journal. Na sexta-feira, as cinzas eram expelidas a uma altura superior a um quilómetro, com erupções a acontecerem minuto a minuto. O Anak Krakatau​​ é “filho de Krakatau​” — o vulcão que, em 1883, destruiu a ilha onde se erguia e matou 36 mil pessoas, numa série de tsunamis. Ambos os vulcões eram pouco activos antes das fortes erupções, passando despercebidos entre a mais de uma centena de vulcões activos na Indonésia. A sismicidade não foi suficiente para colocar em acção a rede de alerta instalada na Indonésia após o tsunami de 2004. Indonésia, a má sina de estar no Anel de Fogo do Pacífico A Indonésia está no Anel de Fogo de Pacífico, uma área em forma de ferradura de cerca de 40 mil km de grande actividade geológica na bacia deste oceano, onde há uma sucessão quase contínua de fossas oceânicas, arcos vulcânicos e movimentos de placas tectónicas, que dão origem a sismos e vulcões e por vezes tsunamis. O país asiático tem 127 vulcões activos e muitas centenas de vulcões inactivos, resultado da actividade tectónica do “anel de fogo”, uma área geográfica no Oceano Pacífico com grande actividade geológica.